
Dionísio, rei de Siracusa, na
Sicília(Itália), foi muito famoso na antigüidade por sua crueldade
e tirania. Seu medo a ser assassinado o levou a não permitir que
lhe fizessem a barba com objetos cortantes e obrigou seu barbeiro
a usar cascas de nozes postas ao fogo, com as quais aparava sua
barba queimando-a.
Em certa ocasião, encarcerou o jovem
Fíntias e o condenou à morte, por motivos fúteis. Faltando poucos
dias para levar a cabo a execução, foi visitado por Damon, um
jovem amigo de infância, e os dois pediram ao tirano que o
deixasse ir despedir-se da família que morava numa cidade
distante. O tirano não permitiu.
O amigo insistiu:
- Eu fico no lugar dele enquanto ele vai
despedir-se da família.
- E se ele não voltar? - retrucou o tirano.
- Ele voltará. Mas fique tranqüilo: se ele
não voltar, pode matar-me no seu lugar.
O tirano, impressionado por esse gesto de
amizade, autorizou a saída do condenado, que foi substituído na
cela pelo amigo.
Dias mais tarde ele voltou, e, o tirano,
comovido, soltou os dois, mas com uma condição:
- Que condição? - perguntaram os amigos?
- Ensinem-me a participar de uma amizade tão
forte!
(História
latina contada por Cícero)
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